terça-feira, 1 de julho de 2008

X Festival Internacional de Teatro de Tema Clássico associa-se às Festas de Coimbra e da Rainha Santa Isabel



O X Festival Internacional de Teatro de Tema Clássico integra a programação oficial das Festas de Coimbra e da Rainha Santa Isabel com dois espectáculos a realizar a 3 e 8 de Julho, no Páteo da Universidade.

Assim, na quinta feira, dia 3 de Julho, pelas 21h30, o Grupo de Teatro Clássico ESAD (Escuela Superior de Arte Dramático), de Málaga, Espanha, apresenta a peça “As Bacantes” de Eurípides.

No dia 8 de Julho, terça feira, também pelas 21h30, será a vez do Grupo Thíasos do IEC, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, apresentar a peça “As Vespas” de Aristófanes.

Recorde-se que em 2008 o FESTEA comemora a décima edição dos Festivais cujo carácter itinerante é uma das suas principais marcas. Daí que, em obediência a um esforço continuado de descentralização, o X Festival Internacional de Teatro de Tema Clássico prossiga até 20 de Julho com espectáculos em Braga, Penela, Conímbriga, Ansião, Fundão e Castelo Novo.



Eurípides, AS BACANTES
Escuela Superior de Arte Dramático de Málaga,
em colaboração com ACUTEMA (Asociación Cultural de Teatro Griego y Romano)

Estamos perante uma peça repleta de contradições que, à margem da sua encenação, provoca uma série de dúvidas. Trata-se da última das obras conservadas de Eurípides, representada já depois da sua morte, que, nas palavras de Julio Pallí Bonet, “pode considerar-se um canto de cisne.” O antagonismo entre a tradição e os costumes do homem racional, na figura de Penteu, e a rebelião contra esta tradição, na figura de um deus Diónisos muito ambíguo, marca o contraponto da tragédia.
Os acentuados contrastes do texto agudizam-se com a metamorfose de Diónisos, de carácter divino, e o transformismo de Penteu, numa tentativa artificial de mudar a realidade, mas, de qualquer modo, tudo está ao serviço da representação, com o objectivo de difundir a mensagem, não do deus mas do próprio autor, por via da máscra teatral, ou seja, do metateatro como técnica dramática.
O tema e o argumento pertencem ao culto dionisíaco e dizem respeito à introdução destes ritos na Grécia. O deus Diónisos chega a Tebas para introduzir o seu culto, mas depara-se com a oposição do rei Penteu, defensor das tradições antigas. Diónisos deixa-se prender, mas logo se escapa de forma prodigiosa, e convence o rei a, vestido de mulher, ir ao monte espiar as bacantes, entre as quais se encontra Agave, a sua mãe. Descuberto pelas mulheres, Penteu é desmembrado por elas e a sua cabeça é levada pela mãe, como troféu, até à cidade.

Cenografia: Pilar Jiménez
Desenho de Luzes: Eun Kyung Kang
Figurinos: Andreu
Música: José Manuel Padilla
Canção de Tebas: Juan Carlos Vilaseca
Revisão do texto: Raúl Caballero
Asistente de Coreografia: Rebeca Ríos
Confecção do guarda-roupa: Pilar Jiménez, Andreu
Realização de cenografia: Héctor Morales
Director de cena: Emma Muñoz
Chefe da equipa técnica: Emilio Martínez
Assistente de direcção: Emma Muñoz
Adaptação e encenação: Andreu
Sonoplastia: Germán Benítez Leiva
Luminotecnia: Eun Kyung

Com: Chico García (Penteu), Luis Alcedo (Diónisos), Raquel Pérez (Agave), Fran Martín (Cadmo), Emilio Martínez (Capitão), Frank Vélez (Pastor), Lucas Ortiz (Tirésias), Fran Millán (Soldado), May Melero (Autónoe), Irina Baños (Ino). Coro: Irina Baños, Tamara Gómez, Laura Molina, Carmen Melero, Emilia Moreno, Noelia Navarro, Marta Pavón, Amanda Ríos, Rebeca Ríos, Beatriz Saavedra, Marina Sánchez, Vanesa Serrano.



Aristófanes, AS VESPAS
Grupo Thíasos do IEC

Apresentadas pela primeira vez em 422 a.C., no contexto da Guerra do Peloponeso, e obra de um Aristófanes já firmemente posicionado no panorama cómico ateniense, Vespas procura testar as diversas iguarias de cómico, entre a tradição e a novidade, e tem de ser entendida como reacção ao desaire que constituiu, para o seu autor, o não reconhecimento do mérito da comédia apresentada no ano anterior, Nuvens.
No comum cenário do exterior de uma casa de Atenas, Aristófanes procura satirizar o mau funcionamento das instituições democráticas, centrando-se, sobretudo, nos tribunais, que apresenta, na pessoa de Filócleon e do próprio coro, como uma obsessão dos cidadãos mais envelhecidos, que só aí encontram a sua fonte de rendimento. Recriando-se em cena um tribunal doméstico, onde arguido e acusado são dois cães – porém representativos de dois políticos da ribalta, nesse tempo bem conhecidos –, torna-se a cada passo manifesta a corrupção que domina as instituições jurídicas do tempo.

Tradução do grego: Carlos A. Martins de Jesus
Encenação: Carlos A. Martins de Jesus
Figurinos: Luisa de Nazaré Ferreira e Maria Valente
Composição musical: Paulo Pedrosa e José Luís Brandão
Selecção musical: Carlos Jesus
Sonoplastia: Carla Cerqueira
Luminotecnia: Rodolfo Lopes e Carlos Santos
Cenografia: Carlos Santos, José Luís Brandão e Carla Braz

Com: José Luís Brandão (Filócleon), Carlos Jesus (Bdelícleon), Artur Magalhães (Xântias), Mário Gomes Pais (Sósias), Susana Bastos, (Mírtia), Carla Correia (Dárdanis), Ângela Leão (Cão Cidateneu), Bruno Fernandes, (Corifeu), Mariana Matias, Ândrea Seiça, Nélson Henrique, Carla Rosa, Nilce Carvalho, Susana Rosa, Amélia Álvaro de Campos, Miguel Sena, Ália Rosa, Carla Braz, Verónica Fachada.